A síndrome do piriforme é uma condição muito comum tratada pela fisioterapia. Afeta diversos públicos, inclusive gestantes. Se caracteriza por uma dor na região glútea, no músculo piriforme, que pode ou não se estender para a perna.
Neste artigo vou explicar melhor sobre esta condição e abordar sobre o tratamento com o Método Pilates.
O que é a Síndrome do Piriforme
A Síndrome do Piriforme se caracteriza por uma dor na região glútea que pode ou não se estender pela perna. Ocorre um espasmo do músculo piriforme, e este, acaba por “’irritar” ou “comprimir” o nervo ciático. A compressão do nervo ciático que é responsável pela dor que pode se irradiar pela perna.
O músculo piriforme localiza-se profundamente na região glútea e tem origem na superfície anterior do sacro, e inserção no trocanter maior do fêmur, passando pelo sulco isquiático.
Quando esse músculo sofre um processo inflamatório, espasmo , ou aumento de volume na hipertrofia, pode comprimir ou irritar o nervo ciático, causando dor ao longo do trajeto do mesmo. Esta condição que provoca o que conhecemos por “dor irradiada para a perna”. A irritação do nervo ciático pode ocasionar envolvimento neural como dor, alteração motora e/ou sensitiva, como a provocada por hérnia de disco, por causa das semelhanças dos sintomas a síndrome do piriforme pode ser facilmente confundida por crise de hérnia de disco.
Sintomas da Síndrome do Piriforme
-Dor em forma de pontada na região glútea.
-Sensação de queimação ou de formigamento no glúteo ou atrás da coxa.
-Pode haver dor na região lateral da perna, parte de cima do pé e fraqueza na perna, decorrente da compressão do nervo ciático.
-A dor piora ao ficar sentado e cruzar a perna.
-A primeira crise pode surgir na gravidez, devido ao aumento do peso, tamanho da barriga e mudança da estrutura pélvica.
-É comum a pessoa andar mancando durante uma crise ciática.
O que causa a Síndrome do Piriforme?
São diversas as causas que podem desencadear uma alteração na função do músculo piriforme , levando à compressão ciática e caracterizando a Síndrome do Piriforme. Para entendermos melhor o processo devemos lembrar da função deste músculo, sua origem, inserção e inervação, e analisá-las.
O músculo piriforme realiza a rotação externa do fêmur com a perna estendida , abdução do fêmur com a perna flexionada e estabiliza a cabeça do fêmur no acetábulo. Possui origem na face anterior do sacro e inserção no trocanter maior do fêmur. Sua inervação origina-se do plexo sacral ramo de S1 e S2.
Analisando sua origem , inserção e inervação podemos afirmar que qualquer alteração de mobilidade no quadril e sacro podem ser a causa de disfunções no músculo pirifome. Devemos avaliar com estão estas estruturas.
Pensando na sua função podemos fazer algumas associações e avaliar se podem estar relacionadas com a dor :
-Permanecer de pé com apoio do peso sobre a mesma perna por longos períodos de tempo.
-Permanecer sentado por muito tempo. Cuidado com a presença da carteira no bolso de trás da Calça, isso pode irritar o piriforme/ciático na postura sentada;
-Permanecer sentado de pernas cruzadas por muito tempo (vício postural);
-Alguns esportes que solicitam demais da região do quadril, gerando uma grande sobrecarga, principalmente esportes que envolvam corrida, descarga de peso excessiva e mudanças de direção.
-Trauma direto na região glútea.
O músculo piriforme pode alterar sua função em decorrência da presença de outras articulações hipomóveis, como por exemplo a articulação de tornozelo, quadril, sacro. Podemos identificar também outros músculos com tensões alteradas, repercutindo no equilíbrio pélvico, gerando disfunção do piriforme.
Enfim, são diversas as possibilidades que podem ser a causa da disfunção do piriforme, todas devem ser avaliadas , para que a causa do problema possa ser tratado.
Vale reforçar que é muito importante que os profissionais da fisioterapia façam uma boa avaliação e se atentem aos sinais e sintomas do paciente e ao que o mesmo relata. Dessa forma, será possível tratar com sucesso essa patologia que, de forma geral, incomoda e traz muito desconforto.
Você sabia? O fisioterapeuta pode usar o Método Pilates pode tratar a Síndrome do Piriforme
O Método Pilates é uma atividade que integra corpo e mente, trabalhando de forma global na prevenção e tratamento de diversas patologias, além de ser uma excelente opção para quem procura condicionamento físico.
Quando recebemos um cliente, com alguma disfunção, devemos focar nossos esforços em melhorar a condição física do nosso cliente, diminuindo as dores e tratando as disfunções.
O Método Pilates pode atuar na prevenção e na reabilitação através de um programa específico de exercícios que envolvam a normalização da função de estruturas corporais acometidas, para isso usamos de alongamentos, mobilizações, fortalecimento muscular, reeducação postural, trabalho respiratório, e muito treino para atingir bons resultados.
Para que os exercícios sejam prescritos de forma correta, devemos entender a patologia, fazer uma boa anamnese e avaliação, encontrar as causas do problema e tratar tudo através de movimentos específicos.
Devemos considerar articulações que não apresentam mobilidade adequadas, desequilíbrios musculares que podem estar gerando sobrecarga nas regiões dolorosas, desequilíbrios posturais, atividades repetitivas que podem ser o padrão lesional, etc... identificando as causas dos problemas , podemos então corrigi-las.
Para o paciente que inicia o Pilates como forma de tratamento, surge um casamento perfeito entre necessidade e abordagem. A escolha dos movimentos e a evolução dos exercícios do Método, inicial/intermediário/avançado, proporciona ao paciente um condicionamento gradativo. A condição individual de cada cliente deve ser considerada, e um conjunto de exercícios específicos para cada caso deve ser rigorosamente prescrito.
Isso permite que o equilíbrio muscular e articular necessários nos tratamentos das disfunções, sejam alcançados sem maiores dificuldades.
Para a Sindrome do Piriforme podemos avaliar e considerar abordagens em algumas estruturas:
Segue algumas dicas para serem avaliadas e se encontradas disfunções, serem tratadas:
- avalie a mobilidade de tornozelo e pisada
- avalie a mobilidade de quadril, sacro e iliacos, lembre-se que é da região sacral que parte a inervação e origem do músculo piriforme.
- avalie a marcha
- avalie os músculos da região pélvica e de quadril, perceba se eles estão equilibrados
- avalie a tensão do músculo piriforme, em relação a espasmo muscular e fraqueza.
- avalie a força dos estabilizadores de quadril.
-questione seu cliente sobre suas atividades do dia a dia, forneça orientação, e dicas para melhorias das ativiades em casa e no trabalho.
Enfim.... procure as causas....
Trate as causas....
-lembre-se de não “alongar”o ciático se houver dor, faça mobilização neural.
-Não alongue o piriforme com tensão exagerada no inicio do tratamento, seja sutil, respeite a dor e limitação do seu cliente.
-evite posições que solicitem demasiada contração do músculo piriforme no inicio do tratamento, lembre-se que ele ainda não exerce sua função adequadamente.
Identificando os problemas fica fácil escolher quais os melhores movimentos dentro do Método Pilates que poderá ser indicado para seu cliente de forma criativa e assertiva!
Não é a toa que os resultados do Método Pilates são Maravilhosos, porque podemos associar todo o conhecimento do fisioterapeuta a um Método muito rico, que oferece infinitas possibilidades de exercícios e movimentos.
Progrida... evolua... aos poucos os movimentos serão reestabelecidos, o corpo se fortalecerá, e a dinâmica perfeita do Método Pilates será possível!
Precisa tratar alguém com esta patologia, ou precisa de tratamento? Saiba de uma coisa, o tratamento da Síndrome do Piriforme com o Método Pilates é efetivo, rápido e duradouro!
Isso eu atesto!
Dra Lívia Gusmão
Fisioterapeuta